No próximo dia 7 de setembro o Rio de Janeiro sediará a primeira edição dos Jogos Paralímpicos do Brasil. Ao todo serão mais de 4 mil atletas e cerca de 170 países participando da competição que aconteceu pela primeira vez em Roma, em 1960. A exemplo dos Jogos Olímpicos, realizados de 3 a 21 de agosto, a expectativa é de que o evento deixe um grande legado turístico para as cidades do Estado do Rio de Janeiro, em especial para Cabo Frio e demais cidades da Região dos Lagos. Segundo Maria Inês Oliveros, presidente do Cabo Frio Convention & Visitors Bureau, “o impacto das Olimpíadas para o turismo será algo para médio e longo prazo, mas que já será perceptível a partir deste verão”.
- Durante os Jogos Olímpicos, nós, do Convention, junto com a Superintendência de Turismo, fizemos um trabalho muito forte de divulgação de Cabo Frio como destino turístico. Passamos dois dias no Rio Media Center fazendo network com jornalistas de vários países, e depois trouxemos vários deles para conhecer de perto nossa cidade. O último grupo passou dois dias com a gente, visitando vários pontos turísticos e culturais, e participaram também do lançamento do II Festival Sabores de Cabo Frio. E a visão positiva da cidade foi unânime. Todos ficaram encantados com nossas belezas, com nossas praias, com a arquitetura da Passagem, com nosso artesanato, com tudo. E toda essa visão positiva se transformará em reportagens espontâneas fora do Brasil, atraindo muitos estrangeiros já a partir desta temporada de verão – comemora Maria Inês.
No entanto, segundo ela, não basta apenas divulgar a cidade dentro e fora do Brasil: é preciso investir em capacitação, na organização da infraestrutura e dos ambulantes, e na melhoria de vários pontos turísticos.
- Por mais que este não tenha sido o momento ideal para sediarmos uma Olimpíada, o evento aconteceu, e o legado turístico que ele vai deixar é indiscutível. No entanto, não adianta fazermos nosso papel como entidade fomentadora do turismo se a casa não estiver arrumada. A gente entende que o momento é de crise financeira, e que a parceria com o setor privado é extremamente importante, e até mesmo por isso batemos sempre na tecla de que precisamos, sim, ter um Conselho Municipal do Turismo, para captar verbas não apenas do setor privado mas, também, de programas estaduais e federais que são específicos para isso. Vários editais foram lançados este ano e Cabo Frio não pôde participar porque não temos um Conselho de Turismo – lembrou a presidente do Convention.
Outro assunto defendido pelo trade e que ganha ainda mais força neste momento eleitoral é a criação de uma política pública de turismo com metas definidas, e que possam ser cumpridas independente de quem seja o próximo prefeito ou secretário de Turismo.
- Infelizmente, a cada quatro anos vemos todos os projetos iniciados por um prefeito ser abandonado pelo próximo que entra, e aí não existe uma ação contínua em nenhum segmento. Especificamente no turismo isso é muito ruim, porque nem tudo que se faz hoje dá para colher frutos imediatos. Você trabalha um ano inteiro para começar a ter algum benefício somente uma ou duas temporadas depois, e se o trabalho não tiver uma continuidade, tudo o que já foi feito é jogado no lixo. Não dá para começar tudo do zero de quatro em quatro anos. Então o que nós queremos, e estamos trabalhando para isso, é criar uma legislação específica para o turismo, para que ela seja cumprida independente de quem esteja comandando a cidade. Só assim teremos condições reais de mudar o perfil do nosso turista, atraindo pessoas o ano inteiro, pessoas que consomem na cidade, que geram emprego e renda para nossa população – defendeu Maria Inês.